Polpa Cítrica Peletizada

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A Polpa Cítrica Peletizada

O farelo de Polpa Cítrica peletizado ou farelo de casca cítrica é obtido por meio do tratamento de resíduos sólidos e líquidos remanescentes da extração do suco. Entre esses resíduos estão cascas, sementes e polpas de laranjas. Este material equivale a 50% do peso de cada fruta e tem uma umidade de aproximadamente 82%. Após passar pelo processo de industrialização onde a polpa é triturada e seca até chegar a 12% de umidade, o produto é peletizado.

O farelo de polpa cítrica peletizado é usado principalmente como complemento para a ração animal, principalmente na pecuária. Tem boa aceitação como insumo na ração de rebanhos bovinos (leite e corte). Sua utilização deve restringir-se a no máximo 30% da matéria seca para cada animal adulto.No entanto e indispensável que o pecuarista consulte um veterinário, agrônomo ou zootecnista especializado para adaptar a polpa cítrica a dieta de cada tipo de rebanho.

Por tratar-se de um produto que absorve a umidade, é muito importante que o farelo seja transportado e armazenado em locais muito secos, ventilados e totalmente cobertos. Do contrário podem surgir microorganismos causadores de fermentação e bolor. Neste caso o produto não poderá ser utilizado na composição da ração.

O uso da Polpa Cítrica na alimentação de Gado Leiteiro

O farelo de polpa cítrica peletizado é um produto resultante do processamento da casca de laranja, sementes e melaço cítrico concentrado, todos provenientes de frutas selecionadas. Graças a um controle de qualidade rígido o farelo de polpa cítrica peletizado é altamente palatável e isento de toxinas. Assim considerado importante ingrediente para ração animal, podendo ser misturado ao volumoso ou ao concentrado até aproximadamente 5 kg / cabeça / dia. A implantação do farelo de polpa cítrica peletizado na alimentação do rebanho deve ser gradativa e orientada por profissional habilitado. Consumir primeiro o produto armazenado há mais tempo assegurando permanente giro de estoque. Não misturar polpa cítrica com alimento úmido e fermentado (cevada úmida) deixando de um dia para o outro no cocho para ser consumido posteriormente. Descartar o produto não consumido no dia. Realizar limpeza diária nos equipamentos de distribuição e cochos para evitar que as sobras acumuladas venham a desenvolver toxinas nocivas aos animais.


Polpa Cítrica na alimentação de Bovinos Leiteiros

Um dos subprodutos mais utilizados nos EUA e que também vem sendo bastante utilizado no Brasil é a polpa cítrica. No começo, nos EUA, a polpa cítrica era utilizada na forma natural, mas devido à produção maior que o consumo e a sua fermentação e deterioração serem muito rápidas, houve necessidade de ser processada. Primeiro foi à desidratação, após isso vários processamentos foram testados para melhorar o aproveitamento da polpa pelos animais. Isso viabilizou a estocagem por longos períodos, facilitou a conservação, padronizou o tipo de produto a comercializar e diminui o custo por unidade transportada devido à menor composição de água do material. A polpa cítrica consiste principalmente de polpa, casca e semente de laranja que seriam desperdiçadas em seu processamento. A disponibilidade desse produto no mercado vem crescendo devido ao aumento da produção, diminuição das exportações e redução nos preços relativos da laranja. O Brasil é o maior produtor mundial de polpa cítrica seca. Outras frutas cítricas que não a laranja, em menores quantidades, também fornecem esse subproduto.

Composição Química Os teores de nutrientes da polpa cítrica seca são influenciados por uma série de fatores, incluindo o fruto e o tipo de processamento. Normalmente, a polpa cítrica é utilizada como fonte rica em fibra e energia, apresentando valores de 80% de NDT (Nutrientes Digestíveis Totais), conforme mostrado na Tabela 1. A polpa cítrica apresenta baixos níveis de proteína e fósforo e o seu teor protéico é influenciado pela quantidade de sementes. Além do baixo teor de proteína bruta (PB), como a polpa sofre processamento em altas temperaturas (entre 100 e 116ºC) e apresenta alto teor de açúcares totais, há formação de “produtos de Maillard” e conseqüentemente redução da digestibilidade do nitrogênio total (N-total) do material. A proteína da polpa cítrica é considerada deficiente em alguns aminoácidos, principalmente metionina.

Tabela – Composição química e bromatológica da polpa cítrica

Em relação ao milho, a polpa proporciona melhor padrão de fermentação ruminal, devido ao menor conteúdo de amido e maior concentração de pectinas. A literatura cita valores de 18,2 a 30% de pectina na matéria seca (MS) para este subproduto. A polpa cítrica apresenta baixo teor de lignina. Uma das características deste subproduto que também deve ser destacada é sua grande capacidade de absorver água. Isso pode fazer com que o teor de MS do material armazenado por muito tempo diminua. No segundo artigo sobre este tema, estaremos abordando alguns aspectos da digestibilidade e degradabilidade da polpa, bem como o potencial de produção de bovinos leiteiros utlizando este alimento em suas dietas. Não percam!!!!

A polpa cítrica apresenta valores de digestibilidade da matéria seca (MS) entre 78 a 92%, da matéria orgânica de 83 a 96% e da proteína de 40 a 65. A polpa caracteriza-se por ter conteúdos significativamente altos de açúcares totais (entre 11 e 43,1%) que são afetados pela inclusão ou não de melaço antes da secagem e pelo grau de condensação dos açúcares solúveis devido à “reação de Maillard” durante o processamento. Com relação à sua parede celular, este insumo apresenta carboidratos da parede celular altamente degradáveis (celulose e hemicelulose) e pectina, cuja concentração e velocidade de degradação são de 25 a 30% da MS e 30 a 50%/hora, respectivamente, favorecendo a sua quase total utilização pelos bovinos. O teor de FDA da polpa cítrica peletizada se apresenta superior ao dos outros concentrados mais usuais, no entanto, a utilização de sua fibra é muito eficiente no rúmen. Em experimento desenvolvido por Wing, citado por Ladeira (2003), houve acréscimo na digestibilidade da MS e da energia quando a silagem de milho foi substituída pela polpa cítrica. O mesmo não ocorreu com a digestibilidade da proteína que foi menor apenas no tratamento com 82% de polpa na MS (Tab. 1), o que pode ser devido aos teores de nitrogênio insolúvel em detergente ácido (NIDA) deste insumo decorrentes do processamento, conforme já destacado na Tab. 1 do artigo anterior. Tabela 1 – Digestibilidade aparente (%) da matéria seca (MS), proteína bruta (PB), energia e celulose (Cel) de rações contendo níveis crescentes de polpa cítrica.

Potencial de produção de bovinos leiteiros suplementados com polpa A produção de leite tem sido um dos aspectos mais avaliados no que se refere à introdução da polpa de citrus em dietas de ruminantes, nas quais o espaço a ser ocupado pelo produto está em substituição aos cereias (milho, sorgo, etc) que constituem os suplementos tradicionalmente empregados na alimentação animal. Assis et al. citados por Rocha (2002) avaliaram a substituição do milho pela polpa cítrica nos níveis de 0, 33, 67 e 100%, e concluíram que a substituição total não afetou a produção de leite de vacas de média produção, bem como os teores de gordura e proteína do leite, os quais permaneceram praticamente inalterados. As produções de leite e os teores de gordura observados foram: 21,9; 22,2; 22,4 e 22,5 Kg de leite/dia e 4,55; 4,49; 4,57 e 4,63 % de gordura em relação aos níveis de substituição do milho pela polpa cítrica de 0, 33, 67 e 100%, respectivamente. Em relação aos níveis de inclusão na dieta dos bovinos, muitos pesquisadores consideram que o “teto” máximo seria de 30% da MS total consumida para vacas de média produção (15 kg de leite dia). Já outros pesquisadores consideram que 40% da MS total da dieta pode ser considerado o máximo, recomendando que neste teto de inclusão, a relação cálcio:fósforo da dieta deva ser avaliada visto que a polpa cítrica apresenta uma relação bastante larga entre esses dois elementos.

No experimento desenvolvido por Fegeros et al. (1995), avaliou-se a substituição no concentrado de 30% de milho, cevada ou trigo por polpa cítrica, não havendo efeito significativo quanto a produção de leite, leite corrigido para gordura, teores de proteína, lactose e gordura. Nesse estudo a polpa representou 10% da MS da dieta total. Alguns pesquisadores têm destacado que a inclusão da polpa em dietas de animais de alta produção pode contribuir para a diminuição da incidência de distúrbios metabólicos ruminais. Nos casos de acidose ruminal, causados pela alta produção de lactato no rúmen a partir do amido de cereais, esta redução na incidência deve-se ao fato de que embora a pectina apresente uma fermentação ruminal eficiente e rápida, ela se caracteriza pela produção de ácido acético, semelhante à celulose e hemicelulose, fazendo com que a queda do pH ocorra de forma mais lenta, lembrando que a polpa possui um elevado nível de pectina. Schalch et al. (1997) avaliaram o efeito da substituição do millho em grão moído pela polpa cítrica na desmama precoce de bezerros leiteiros quantos aos parâmetros de peso ao desmame, altura de cernelha e perímetro torácico.

Esses autores concluíram que a polpa cítrica pode substituir até 100% do milho grão moído em rações para esta categoria animal, não comprometendo o seu desenvolvimento. Entretanto, vale ressaltar que vários pesquisadores destacam a questão da menor palatabilidade dos concentrados para bezerros quando da substituição total do milho pela polpa, sendo que a sua inclusão nestas dietas deve ser paulatina, devido ao sabor típico da polpa. Para animais desmamados, trabalhos têm demonstrado que esta substituição também não compromete o desempenho dos animais.

Aditivos para silagens

Os aditivos para silagens têm sido desenvolvidos e utilizados ao longo dos anos para reduzir os riscos do processo de ensilagem e melhorar o valor nutritivo das silagens. O objetivo original da sua utilização foi garantir que as bactérias ácido-láticas dominassem a fermentação no silo, possibilitando redução das perdas de nutrientes, particularmente pelo controle da respiração e do processo fermentativo durante o período de armazenamento da forrageira. Merensalmi e Virkki, citados por Henderson (1993) afirmaram que o aditivo de silagem ideal deve ser seguro ao manuseio e de fácil aplicação, reduzir as perdas de MS, melhorar a qualidade higiênica da silagem, limitar a fermentação secundária e melhorar a estabilidade aeróbica do material, aumentar o valor nutritivo da silagem para os animais através do incremento na sua eficiência de utilização e proporcionar ao produtor retorno financeiro maior que o seu custo. Para McDonald et al. (1991), os aditivos para silagem podem ser químicos ou biológicos e classificados de acordo com sua ação no material em: estimulantes da fermentação, inibidores da fermentação, inibidores da deterioração aeróbica, nutrientes e absorventes. Cada um dos aditivos afeta diferentemente a qualidade e o valor nutritivo da silagem e, conseqüentemente, conhecer quando e como estes produtos atuam é essencial para recomendar sua aplicação. Produtos que melhoram o valor nutricional dos materiais e causam redução nas suas perdas de MS durante o processo fermentativo, dentre estes a polpa cítrica, têm ganhado espaço nas pesquisas.

Polpa cítrica como aditivo

No passado, aditivos ricos em carboidratos foram utilizados na ensilagem de forrageiras tropicais com nível de carboidratos solúveis abaixo do nível crítico estabelecido, visando a melhoria de eficiência no processo fermentativo destas forrageiras. O capim-elefante, cortado com idade inferior a 60 dias, foi um desses volumosos, e a utilização de estimulantes da fermentação como melaço, farelo de trigo e milho ocupou lugar de destaque nas pesquisas com aditivos (Vilela, 1998). Devido à grande disponibilidade de polpa cítrica no mercado interno, este insumo também vem sendo utilizado como aditivo, principalmente na ensilagem de forrageiras úmidas. Wing citado por Ladeira (2003) afirma que os subprodutos cítricos melhoram a fermentação no silo e aumentam a aceitação da silagem pelos animais. A polpa cítrica é muito absorvente, chegando a elevar seu peso em 145% quando em contato com forrageiras úmidas. Desse modo ela preserva nutrientes que seriam perdidos pelo efluente ou pela própria fermentação descontrolada durante o armazenamento (Vilela, 1998). Os níveis recomendados para a inclusão deste insumo na ensilagem das forrageiras variam de 70 a 200 kg/t de forragem verde (Carvalho e Peres citados por Ladeira, 2003). Contudo não existem registros na literatura nacional que comprovem a eficiência nutricional e econômica da utilização da polpa na ensilagem do milho e do sorgo. Na ensilagem do capim-elefante, independentemente do nível adicionado, os resultados obtidos desde a década de 70 foram favoráveis a inclusão da polpa na forma seca e triturada para melhorar as características qualitativas das silagens. Se o objetivo for utilizar o seu potencial para reduzir a umidade do capim-elefante (aditivo absorvente), sua aplicação ficará condicionada ao levantamento do custo final da silagem (Vilela, 1998).


polpa cítrica peletizada

Especificação da Polpa Cítrica

ItemValor
Proteína bruta06,50% mínimo
Matéria seca88,00% mínimo
Extrato etéreo02,50% mínimo
FDN25,00% mínimo
FDA24,00% mínimo
NDT70,00% mínimo
Cálcio02,00% mínimo
Fósforo00,09% mínimo


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